CORDAS PARA MONTANHISMO

Cordas de escalada

Cordas para rapel e escalada

Existem três tipos de cordas que podem e devem ser usadas no montanhismo (trilha, escalada ou rapel) – as cordas estática, semiestática e dinâmica.

As cordas estáticas e semiestáticas são rígidas e não possuem elasticidade suficiente para escalada o que, obrigatoriamente, as classificam apenas para utilidades em rapel, espeleologia ou apoio em trilhas para serem usadas como uma espécie de corrimão. Já as cordas dinâmicas possuem uma elasticidade
calculada para proteger o corpo de impacto – a exemplo do choque de queda.
Essas cordas são apropriadas para uso na escalada, mas também podem ser
utilizadas em rapel ou apoio de corrimão em trilhas embora estiquem um pouco devido a sua elasticidade natural que é de aproximadamente 30%. Tanto a corda estática, semiestática quanto a dinâmica são compostas de capa e alma.

A capa normalmente suporta 30% e a alma 70% do peso de ruptura da corda.

CORDA ESTÁTICA E SEMIESTÁTICA

É comum as cordas estática e semiestática terem diâmetro de 9 a 11 milímetros e podem ser compradas a metro ou rolo fechado de 100, 200 ou
400 metros, dependendo do fabricante.

O material da corda é o poliamida/polipropileno. Existem vários tipos de marcas e cores. As cores não alteram, em nada, na funcionalidade
da corda como na ruptura ou resistência.

Além disso, existem cordas estáticas ou semiestáticas com
tratamento dry, que são próprias para serem utilizadas em água a exemplo do rapel em cachoeira. Essas cordas, com tratamento dry, não absorvem água como as normais, o que as mantêm leves e maleáveis.

As cordas estáticas e semiestáticas não suportam, por exemplo, choques com impacto da queda na escalada, e muito menos o corpo de um escalador, guiando, suportaria o choque na queda se utilizando esses dois tipos de corda.

A ruptura desses dois tipos de cordas pode chegar a 40kN (4.000 quilos).

CORDA DINÂMICA (para escalada)

A corda dinâmica é a única que deve ser utilizada na escalada! Assim como as cordas estáticas e semiestáticas, ela é composta de capa e alma e possui cores e marcas diversas além de algumas possuírem, também, o tratamento dry.

Apenas a corda dinâmica possui a elasticidade estratégica e calculada para o conforto e segurança de uma possível “queda” de um escalador, onde o peso é solto diretamente na corda tendo um choque com impacto de queda no qual é amortecido pela elasticidade.

Se um escalador utilizar uma corda estática na escalada, por exemplo, nem a corda e nem o corpo do escalador suportarão o choque com impacto da queda, fato esse que, provavelmente, o partiria ao meio.

As cordas dinâmicas são vendidas lacradas com 50, 60 ou 70 metros, respeitando o padrão de medidas, para cordas, na escalada.

Em função do acelerado avanço tecnológico o diâmetro da corda tem diminuído, fato esse que mantem a corda com o mesmo peso ou a torna mais leve – ainda que com um comprimento maior, mantendo ou aumentando a resistência à sua ruptura.
Já é possível encontrar cordas dinâmicas com diâmetros de 9,5 milímetros (para se escalar em única).

Ainda em função do avanço tecnológico as quedas com impactos
maiores na escalada são conhecidas como fator de queda 2 ou 3.
Os fabricantes são obrigados a darem um número limite de fator de queda 2 ou 3 à corda, que normalmente gira em torno de 7 a 12 quedas do tipo fator 2 ou 3. Caso este limite de fator de queda seja atingido, a corda deve, obrigatoriamente, ser aposentada.

Para a corda dinâmica ser aprovada pela UIAA (União Internacional da Associação de Alpinistas) ela precisa ter uma elasticidade suficiente para amortecer as quedas de impacto e manter o choque inferior a 1,2kN (1200 quilos). Normalmente, os fabricantes mantém este número em 670 a 900 kg, respeitando perfeitamente a norma de segurança da UIAA.

DICAS E CUIDADOS COM A CORDA

  • Nunca utilize cordas compradas em lojas de ferragens para rapel, escalada ou até mesmo corrimão em trilhas, pois essas cordas são muito frágeis e não possuem controle de ruptura nem tão pouco, alma.
  • Evite comprar cordas usadas, principalmente de onde não se conhece a origem;
  • Evite deixar a corda em contato direto com areia, terra, etc. Utilize sempre uma lona ou plástico para protegê-la.
  • Nunca pise na corda, pois a capa irá se desprender da alma e o tempo de vida útil dela irá diminuir em 50% ou mais.
  • Nunca ponha produtos químicos na corda. Se for preciso lavá-la utilize apenas água e sabão neutro.
  • Nunca deixe a corda exposta ao sol nem a guarde molhada ou em lugares abafados, evitando, assim, que as fibras apodreçam e que diminua a sua capacidade de ruptura.
  • Proteja a corda de arestas, quinas, fendas e rochas abrasivas. Se necessário, utilize algum tipo de proteção como carpete ou mangueira.
  • Faça inspeções rotineiras na sua corda sempre após usá-la e antes de guardá-la procurando puídos, caroços ou quebra da fibra (como um arame dobrado muitas vezes no mesmo lugar).

Texto: Fábio Magrão

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